quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

tentativa poética

,quanto tempo leva um piscar? dentre tantas outras coisas a adentrar, tudo, o que ainda parece pouco pra descrever, permanece intacto, no espaço profundo de um tempo em branco,... ... se, de movimento tão intenso, que foge ao sopro ágil de um piscar ...de consequência, aos olhos restam deixar de fechar,... se, é nesse momento ínfimo (dado que é da pequenez que a vida brota), que a alma se afaga, apertando-se em conter aquilo que está a ponto de explodir

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

entreportas

Apaixonei-me pelas palavras... ...Lendo amigos antigos, de repente quase, por um instante, desconheci-me. Ou, desconhecia-me, em algum passado ao lado... De onde me encontro agora, posso ver quase toda minha vida, ...toda a vida, se produzindo no agora, pra eternidade. parece, que acordei de um sonho bom, um sonho de risos e festas, ...e aquilo, o que ainda é, transformou-se de súbito na imagem do reflexo. a construção, a distância, o nada.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

paradigmas existenciais

Quando nos colocamos em uma posição de presentes na estrutura dinâmica, como seres que estão a frente a tela em branco, com o pincel e tinta na mão, dispostos e confiantes que podemos pintar o melhor quadro, melhor em nossa concepção de melhor. Somo sinceros conosco, agimos em prol de nosso melhor, ou da concepção do que é melhor. Concepção, conceito ação. Interfiro na realidade, porque me sinto disposto e confiante, confiante da concepção do melhor. Interfiro, porque constato que algo não está bom o bastante, que minha interferência, na concepção do que pode melhorar, insere a verdade naquele momento. Interfiro porque estou presente, consciente da realidade que se coloca a frente, a tela em branco. Consciente do inconcluso, inacabado, enxergo o em branco. Interfiro, porque a realidade que se apresenta, em branco me pertuba. Conflitua com a concepção que construi até aquele momento. Interfiro, quando me faço parte da construção da realidade, também, quando permito que seja um agente, parte do processo. Permito-me intervir na inércia, quando assumo a permissão. Na inércia permitida por mim próprio. Sou interventor da realidade, decido e permito. Quando intervenho na realidade, como um eu e um outro ao mesmo tempo, desconstruo o individualismo, a violência. Intervenho, como passo para o melhoramento, do eu e do outro. Negar o outro, na ascensão, no melhoramento, é negar ao eu. Anular a existência, própria, de si. Essa posição gera sofrimento, como a representação do não desejo, do não querer, da não vontade própria do si, como algo que não permito. O sofrimento do outro, é sofrimento quando permito que seja. Quando permito, assumo, decido, opto. Intervenho na realidade, sou presente com o outro, junto. Quando assumo o sofrimento do outro, assumo a existência, do outro, do eu. Assumo e posiciono-me, sou, com o pincel e a tinta, frente à tela em branco. Assumir a presença, como a impossibilidade de não assumir a não presença, quando assumo a não presença, o não assumir, ainda decido, assumir o não assumir. Quando?

domingo, 21 de junho de 2009

um longo texto

Saudações tripulantes! Hoje em sala de aula, abordamos o assunto educação, e toda a discusão que vem junto. De quem é a culpa, de um sistema precário, ineficiente e cego? Não chegamos a nenhuma conclusão, claro, ninguém é culpado, ou todos somos?Houve discursos de ex professores, pais e alunos, cada qual salientando seu ponto de vista. O interessante das discussões acerca de assuntos sociais é que todo mundo tem uma teoria, e geralmente essas teorias apontam logo o porque que os sistemas não dão certo. É culpa da família, do governo, dos professores, da escola, do traficante, etc. Por que ficamos tão excitados em culpar alguém? Acredito que ter consciencia de pontos falhos da nossa existência, é muito importante para repara-los, aliás é o primeiro passo. Mas, se for, justamente, querermos a toda prova encontrar alguém, ou algo para colocar na cruz, for o ponto falho?Por onde começaríamos uma mudança, se partíssemos de outro ponto, que não fosse culpar?Entendam tripulantes, não estou dizendo que o caminhar deve ser cego, pelo contrário. Ficar nesse hiato incessante, a caça das bruxas, dispensa-nos energia que nem temos noção! Travamos uma briga de egos, quem tem mais razão?Entramos na realidade da mudança, esperando algo que supra as minhas necessidades de encontrar o culpado e extermina-lo? Ou somos a mudança e agimos com ou sem culpados? Se não existissem os culpados, teríamos o mesmo fervor em agir em prol dos nossos ideais? Queremos uma mudança, que mudança? Vamos usar das lacunas de nossa sociedade para achar os culpados, ou por que simplismente essas lacunas não deveriam existir?Quero dizer, que creio, que a mudança é acima de tudo uma mudança de conceitos. Não estamos mais em época de travar lutas, bastam as guerras! Se queremos paz, respeito, devemos senti-lo até por aqueles que odiamos, os culpados? Ou até mesmo os sentimentos nobres devem passar pelo crivo pontual da mente humana?Por que se os culpados não forem culpados, o que vão ser? Quem vamos odiar? Será então que nós, nos alimentamos deles?Por que precisamos dessa contrapartida para que a vida faça sentido? Se não existisse a que odiar, ainda assim preservaríamos o amor, pelo simples fato de amar? Ainda que nossas necessidades básicas não fossem corrompidas, buscaríamos elas, pelo simples fato de buscar?Engajamo-nos para que possamos levar ao outro as oportunidades de escolha. Mas, nós temos oportunidades de escolhas? Nos nos damos oportunidades, como seres humanos? Conhecemos a nós mesmos? Ou usamos desse cenário para dar sentido a nossa vida?Estamos todos juntos, inseridos uns nos outros, e outros em uns. O meu movimento interno reflete no movimento do todo, e vice-versa? Se assim for, alimentar o ódio, culpa, engano, sabotagem, mesmo que seja pelo Bush, e em última instância, na calada da noite, por mim mesma não é alimentar aquilo que mais repudiamos? Ou seria nos alimentar?Utopia...