terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Pensamentos

É...É fim de ano! Nessa época até o percursso da minha casa até o centro em um ônibus lotado fica agradável. Os dias ensolarados parecem deixar as pessoas mais felizes, todas empolgadas indo às compras, pensando em como agradar aquela que ama. Dizem que é a época em que o ser humano pensa mais no próximo! Cada um da sua maneira. As convenções sociais sugerem que faça novos planos, que faça uma nova vida, que mude de casa, de carro, de amor...De 365 dias do ano, tiramos alguns no máximo uns 60, para pensar na nossa vida como vida e nas pessoas como pessoas. Somos cúmplices no nosso descaso para com a vida (inteira) e só tentamos reparar os buracos nos míseros últimos dias do ano. Mas já é um começo, literalmente. Nada melhor como um novo ano, como uma ruptura simbólica do passado. Uma chance de começar, recomeçar, de novo, o novo. Se realmente for assim, que venha o ano novo!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Arte

Jeanne Hépturne - Modigliani
Um dos meus favoritos, principalmente depois que conheci sua história de vida. Amadeo Modigliani foi contemporâneo de Picasso, porém diferente do espanhol, sua arte não se enquadra à nenhuma escola. Mogiliani nasceu em Toscana na Itália, judeu, sofria de tifo o que o obrigou a mudar-se para Paris para se tratar. Retratista autônomo, fez fama pelos seus nus, que chocaram a sociedade da época (1900). Sua grande inspiração foi Jeanne Hépturne, com quem teve uma filha, Jeanne. O pintor viveu na miséria e os poucos que ganhava era para sustentar seu vício, o álcool e o haxixe. Morreu em 1920, aos 36 anos, por complicações devido à tuberculosa, e é claro pelo seu estilo de vida bohemio. Jeanne se suicidou no dia seguinte ao pular do quinto andar de um prédio, grávida de 9 meses. Para quem quiser saber mais sobre o pintor recomendo o filme Modigliani, de Mick Davis ( França 2006) estrelado por Andy Garcia. Um dos meus filmes favoritos também, não pela cinematografia, mas sim pela história em si, simplismente maravilhosa em sua tragédia. A primeira cena é um close de Jeanne dizendo a seguinte frase: Você já amou alguém tão profundamente, capaz de condenar sua alma à viver eternamente no inferno. Eu já."

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Arte

Les Mademoiselles D'Avignon - Pablo Picasso

Desde a Revolução Francesa, no século XVI o mundo nunca mais foi o mesmo, pelo menos no mundo da arte. A cena artística buscara por novos horizontes, cansada daquela mesmice empregadora. Queria-se liberdade e autonomia para as produções artístiscas. Assim foi feito. Na sociedade contemporânea, o desenvolvimento da arte se caracterizou por uma certa ruptura com as convenções que faziam dela um objeto para intelectuais ou burgueses. Mas o que se pode chamar de arte contemporânea vem muito depois do que se pode chamar de sociedade contemporânea, marcada com o fim da Revolução. O belo, segundo Kant, é perceber na forma de um objeto sua finalidade, sem que possamos determinar conceitualmente qual é o fim específico subjacente a ela. Pois bem, essa idéia de finalidade é remodelada, desgastada. Não se quer mais fazer uma arte que tenha um fim, ou melhor, se quer arte com a finalidade de não ter fim. Oras, em toda história da arte, grega, medieval, renascentista, barroca e clássica, tinha-se um significado por trás de sua confecção. A arte contemporânea não. O desenvolvimento do mercado favoreceu para que ela perdesse seu fim. A arte é feita para ser arte- a famosa l' art pour l' art - , não obedesce à convenções e regras que possam caracterizá-la com algum especificidade e assim determinar algum objetivo além desse: ser arte. Por assim ser, ela torna-se anti-social, desprezando normas e preceitos de estruturação preconcebidos. Então, a arte cria um significado a partir dela mesmo, da singularidade. Ela se afasta da sociedade para criticá-la. Esse afastamento produz um efeito individualizante da obra, no qual seu lugar no mercado é dado pelo seu valor de sí, para sí mesmo e não mais pela universialidade da experiência que cada um pode ter com ela. Por isso ela é tão envolvente. Nela é expressa uma experiência única, sem significado e livre de qualquer regra de interpretação. Na verdade, a arte contemporânea é como um grande quadro negro, onde pode-se escrever e desenhar o que quiser, não precisa mais de conhecimento ou classe para produzir, entender e consumí-la. O discurso é contra o preestabelecimento de normas, o homem está livre para pensar o que quiser. O capitalismo é alienante e a arte moderna quer mostrar isso. Para isso, ela usa de objetos que possam chocar. Apoderando-se de materiais que não são belos, adocicados ou harmoniosos. Prefere por contercer, desfigurar, arranhar, sujar, marcar, fomas e cores que agucem a sensibilidade do receptor. " Todo esse conjunto de elementos que chocam nossa sensibilidade, nossa imaginação e nossa forma de entender a realidade toma o estatuto de algo irracional. Mas essa irracionalidade estética, acaba sendo mais verdadeira e, portanto mais racional do que a aparência de racionalidade que a vida cotidiana possui, que dissimula o sofrimento de todos nós, submetidos à pressão das exigências culturais. A vida no sistema capitalista consiste, então, em uma dupla irracionalidade: recalca de forma exorbitante nossos desejos e obscurece nossos olhar para tal absurdo".

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Parafraseando

Trecho extraído do livro Homem 70 de Sérgio José Shirato.
O caminho da personalização
O homem é um ser cuja vocação é ser pessoa: buscar sua unidade, sua liberdade, sua felicidade. Essa vocação é comquistada à custa de sofrimento e de riscos, porque " quando a gente anda sempre para fentre não pode mesmo ir longe". O homem é um ser que se personaliza através de uma constante evolução, de um contínuo caminhar, de uma contínua subida. O homem que aceita evoluir aceita correr uma série de riscos, exatamente porque o mundo dos outros nem sempre é paz, amor, receptividade. Quando tudo parece estar em ordem, pronto! Reaparecem problemas e, consequentemente o desânimo. O outro é alguém que encontro num processo igualmente dificil como o meu. As dificuldades com as quais me deparo em minha conversão para ser pessoas são as mesmas dificuldades que o outro encontra. Não estou diante de pessoas prontas; ao contrário, minha atitude é de fundamental importância para a personaização do outro. É na troca de experiênciaas que mantemos, que encontramos a bagagem necessária para o longo caminho da personalização. Nesse caminho, corremos riscos inúmeros. Mas, correr riscos é condição necessária para quem quer crescer. Quem não sabe "ex-por-se", não chegará a ser pessoa, não evoluirá. Jmais atingirá a perfição. Esta evolução significa exatamente a passagem do egocentrismo para o amor. Eu vivia só até qie rsolvi sair de mim mesmo e descobrir o meu "outro eu". Percebi a dificuldade de sair do meui planeta, porque ele era pequeno demais. Não havia aí lugar para duas pessoas. Mas percebi também que podia desembaraçar o meu pequeno mundo - jogar fora muita coisa velha que guardava durante o tempo de minha solidão. Constatei, então, que, meu planete não eratão pequeno assim. Destravancado, eu estava mais apto para amar de verdade. Compreendi que enquanto não me conhecesse um pouco mais, não poderia reconhecer como verdadeiro o mundo do outro, do tu. Senti necessidade de crescer em minha autoconfiança, o movimento de personalização só tem pelno sentido quando atinge a pessoa do outro e sobretudo quando eu me torno capaz de ser fiel a uma rosa. Descobri que " o essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração". As aparências enganam. É preciso chegar ao íntimo da pessoa amada. E quanto mais eu chego ao íntimo da pessoas que eu quero atingir, tanto mais eu descubro as riquezas do meu próprio ser.